must love romantic comedies


Vale a pena passar por Must Love Dogs. Não é que seja filme por aí além; é porque, como dizíamos ontem, todos precisamos de passar, digamos... uma vez por estação, por uma comédia romântica. E esta foi a disponibilizada para o início do Outono.
Must Love Dogs é um claro caso de desperdício de guião. Embora clássico e, portanto, previsível, o texto de Gary David Goldberg é bom, inteligente, irónico e capaz de arrancar algumas excelentes gargalhadas; no entanto, a sua própria realização acaba por traí-lo (além de uma das piores montagens de que há memória, desinteressante, sem ritmo e pejada de erros de raccord): o criador dos saudosos Family Ties, pouco dado a andar por trás das câmaras, traz vícios televisivos e quase deita a perder todo o filme. Câmara preguiçosa, poucos ângulos, planos longos e excessivamente abertos, deixam o espectador distrair-se e o texto perder-se. Já para não falar do áudio que abusa dos ambientes e da banda sonora desastrada que entra quando não deve e se silencia quando se está mesmo a pedi-la.
Alguns dos melhores argumentos para fazer uma visita a este filme prendem-se com os actores: a magnífica quarentona Diane Lane (para os meninos); um dos homens preferidos por muitas mulheres inteligentes e de bom gosto, o quase quarentão, agora em versão problemas-com-o-peso, John Cusack (para as meninas); o mítico capitão Von Trapp, Christopher Plummer (para os senhores e as senhoras); e ainda Dermot Mulroney, um habitual secundário capaz de algumas transformações memóráveis (pensem nele em My Best Friend's Wedding e About Schmidt).
AB

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