Amor aos pedaços

Princesa Mononoke: lá em cima no TOP5 dos meus filmes, a par com outras escolhas polémicas e afectivas como Rouge, Rosetta, Blade Runner e a íntima Belle de Jour. Talvez The Thin Red Line já tenha destronado Rosetta mas ainda estou na dúvida. E se estou na dúvida, então, ainda não destronou.

A Princesa Mononoke está de pedra e cal, ou não fosse eu meio alentejano. Desde o primeiro momento, numa sala vazia dos Cinemas Fonte Nova, num Agosto modorrento (até que enfim uma oportunidade para usar esta palavra com propriedade) este filme tem-me acompanhado. Não estou a falar dos amaricados themes para o Windows ou as visitas compulsivas ao site do filme (aliás, bastante bom). Eu estou a falar de uma companhia interior. De evocações espontâneas.

A razão nunca a percebi muito bem. Talvez a tenha intuído melhor.
A Princesa Mononoke é um épico. Eu sou perdidinho por épicos. Deêm-me O Último dos Moicanos e eu sou um tipo feliz. No Gladiador choro sempre. E o Ben-Hur até já deixei de (re)ver.
Depois há a animação estranha de Hayao Miyazaki, que é manga e não é. Talvez Heidi ainda fosse, talvez Nausicaa também. Mas a Princesa Mononoke é coisa diversa. Isso capturou-me.

O resto é um clique, que só um romance bem escrito poderia começar a explicar. Passa pelas personagens e o que elas me dizem, passa pela vontade do filme.

Depois dela, Miyazaki, filmou a Viagem de Chihiro e agora estreia O Castelo Andante. Este último ainda não vi mas posso dizer já que é genial. Tal como A Viagem de Chihiro. Mas o amor é sempre aos pedaços.

Há querer regressar, há querer outra coisa.
DM

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