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A tarefa seria, à partida, impossível, mas a verdade é que o lugar de Chuck Norris como actor mais inexpressivo da história do cinema pode muito bem já não lhe pertencer. Nomes como Steven Seagal ou Jean-Claude Vandamme nunca chegaram verdadeiramente a ameaçar o reinado do Ranger do Texas, cujas alterações de humor no ecrã, pequeno ou grande, ficaram famosas por serem imperceptíveis a olho nu. Veryunderacting, se quiserem arranjar um nome inglês para a canastrice pura e dura. Mas nuvens negras caíram sobre os dias de Chuck Norris desde que apareceu Vin Diesel. Está lá tudo, tal qual como no mestre: o olhar tão profundo, tão profundo que sabemos logo que aquilo não vai dar a lado algum, a expressividade ou, para ser mais correcto, a ausência dela, tal e qual uma máscara de cera, capaz de manter a mais completa quietude facial e que é exactamente a mesma para mostrar alegria, raiva, tristeza e inteligência. OK, esqueçam a última. E com a vantagem em relação ao Chuck de ser mais novo, entrar em filmes um bocadinho mais bem feitos e ter um nome que é sucesso garantido em todas as áreas de serviço das auto-estradas.
Paulo Narigão Reis
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