And then there's Alice
Quando o filme acabou eu estava cansado. Há cansaços profundos que precisam de momentos para vir à superfície. Como num encantamento ninguém naquela sala do King se mexeu. Os escassos ocupantes mantinham-se fiéis à tela, como se o genérico final contivesse ainda o sofrimento, a frustração, o percurso que nos tinha acompanhado nos minutos anteriores. E que, em vez, acompanháramos também.
Podia dizer que a música minimalista do Sassetti é obssessivamente boa. O que se explica, talvez, pela conjugalidade partilhada com a magnífica Beatriz Batarda (Deus, creiam-me, têm preferência por BB). O Nuno Lopes está pouco mais que brilhante. Mas o que faz de Alice um filme grandioso é a relação cinematográfica que Marco Martins (Deus, creiam-me, também têm preferência por MM) estabelece com a cidade e a ausência. Uma e outra são as faces da mesma película.
O resto é o desespero de o nosso melhor não ser bom o suficiente. E depois do desespero ainda poder haver normalidade.
Domingos Miguel
Podia dizer que a música minimalista do Sassetti é obssessivamente boa. O que se explica, talvez, pela conjugalidade partilhada com a magnífica Beatriz Batarda (Deus, creiam-me, têm preferência por BB). O Nuno Lopes está pouco mais que brilhante. Mas o que faz de Alice um filme grandioso é a relação cinematográfica que Marco Martins (Deus, creiam-me, também têm preferência por MM) estabelece com a cidade e a ausência. Uma e outra são as faces da mesma película.
O resto é o desespero de o nosso melhor não ser bom o suficiente. E depois do desespero ainda poder haver normalidade.
Domingos Miguel
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