luzes da ribalta (quando menos as queremos)

Já era tempo de abordar esta questão e só peço desculpa por ter demorado tanto. As luzes que se acendem no fim da projecção devem acender exactamente em que altura?

(linha em branco para reflexão)

A minha posição é inequívoca: só devem acender quando os créditos finais chegarem, de facto, ao seu final (e incluo em créditos finais o carimbo das diversas produtoras associadas à película, bem como da distribuidora). Afinal, e não brinquemos em serviço, para que servem os créditos finais?

Toda a gente sabe que foram criados por 3 razões:

a) mais minutos de escurinho a fim de proporcionar boa marmelada;
b) evacuar a sala de 99% dos seus ocupantes mal surge no écran a palavra "cast" e assim privar bastas vezes tais ignaros de cenas extra, bloopers, ou uma brincadeirinha final à laia de pós-genérico;
c) e permitir ao espectador que retoque a cara lavada em lágrimas quando sai de um tear-jerker como "O Paciente Inglês" ou "Pesadelo Cor-de-Rosa" - situação em que chora, claro, por ter gasto mais de 5 cêntimos do seu rico dinheirinho para ver um filme de Fernando Fragata.

Sei o que estão a pensar: quase todas as salas esperam pelo fim dos créditos finais para acender as luzes. Mas nem todas!, meus caros, nem todas! Urge por isso acabar com o flagelo do lento fade-in de certas salas ou mesmo de umas poucas restantes que, mal morre o herói no fim da tragédia, mandam-nos de imediato com um gigantesco flash. Sim, há aqui um trauma: ainda não me esqueci de quando via o "Braveheart", no apogeu dos meus 18 anos, e a sala se iluminou qual céu do Funchal em noite de reveillon, ia eu ainda a meio dos meus 7 hectolitros de água e a soluçar "freedoms!" sozinho. Não é bonito de se ver.
Luís Filipe Borges

Comentários

Barreira Invisível Podcast