way back then
Quando tinha uns 11 ou 12 anos e não fazia a mínima ideia do que era a noite americana ou quem era John Ford, vi uma boa dezena de westerns. Nada deliberado, foi a casualidade de muitos Sábados e Domingos, à tarde, passados em casa. John Wayne sabia eu bem quem era e o resto eram os maus. Ou os índios, que para mim nunca foram os maus.
Às vezes o meu pai sentava-se comigo a ver o filme e era inevitável: cada vez que os cowboys entravam pela noite dentro o meu pai explicava-me que aquela cena tinha sido filmada de dia, com uma lente especial, para olhar para as sombras, que eram diferentes. Aquilo era a noite americana. O meu pai nunca lhe chamou assim. Ou porque não sabia ou porque não gosta assim tanto de americanos que aceitasse terem eles uma noite só para si.
Com todas as evoluções técnicas, incluindo os últimos êxitos em que já se utilizam os infravermelhos para filmar à noite, mesmo assim a noite americana ainda fascina. Eu sei o que é. Na noite americana há sempre promessa. A escuridão nunca consegue tomar todo o ecrã.
Domingos Miguel
Às vezes o meu pai sentava-se comigo a ver o filme e era inevitável: cada vez que os cowboys entravam pela noite dentro o meu pai explicava-me que aquela cena tinha sido filmada de dia, com uma lente especial, para olhar para as sombras, que eram diferentes. Aquilo era a noite americana. O meu pai nunca lhe chamou assim. Ou porque não sabia ou porque não gosta assim tanto de americanos que aceitasse terem eles uma noite só para si.
Com todas as evoluções técnicas, incluindo os últimos êxitos em que já se utilizam os infravermelhos para filmar à noite, mesmo assim a noite americana ainda fascina. Eu sei o que é. Na noite americana há sempre promessa. A escuridão nunca consegue tomar todo o ecrã.
Domingos Miguel
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