Grandes filmes maus

Se há filmes que se abrem à hégese como um palimpsesto, como um crítico do Expresso escreveu há muitos anos sobre uma fita de qual já não me recordo o nome, então as Aventuras de Buckaroo Banzai é um deles. Produzida em 1984, The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension, no seu glorioso título original, é uma daquelas obras que devem ser vistas da mesma forma que foram escritas: sob a influência de alcool, drogas, ou ambos. Porque não é de acreditar que o argumentista Earl Mac Rauch, o mesmo que escreveu o New York, New York de Scorsese, estivesse em plena posse de todas as suas faculdades mentais quando idealizou As Aventuras de Buckaroo Banzai (e, já agora, o mesmo vale para o acima mencionado crítico do Expresso...). Ninguém, no seu perfeito juízo, se lembra de criar um herói chamado Buckaroo Banzai que, para além de ser um aventureiro profissional, é também estrela rock, samurai, personagem de BD e, claro, neurocirurgião. A sua missão é, obviamente, salvar o mundo, no caso de terríveis invasores provenientes da oitava dimensão que têm a particularidade de responderem todos pelo nome de John. E, por muito bom que seja, nenhum herói consegue salvar o planeta sem ajuda, que no caso é dada por seres extra-dimensionais com sotaque jamaicano. O elenco era, por esta altura, quase famoso: Peter Weller (no papel de Buckaroo Banzai), John Lithgow, Ellen Barkin, Jeff Goldblum e Christopher Lloyd. O melhor é ver: existe edição portuguesa, pela LNK.
Paulo Narigão Reis

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