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O ODOR DO SANGUE
Realização: Mario Martone
Com: Michele Placido, Fanny Ardant


Carlo e Sílvia têm uma relação aberta. Ou – na expressão menos trendy de uma velha tia minha – são casados, mas têm lá a vida deles. Vinte anos de vida às vezes em comum, com uma casa em Roma, outra no campo e espaço para amantes e para fazer perguntas sobre eles. Carlo mantém uma relação extra-conjugal estável com Lù, uma rapariga mais masculina que muito rapaz. E tudo parece resolvido com leis muito próprias. Até ao dia em que Sílvia também arranja um amante que insiste em não ser passageiro.
Michele Placido, para nós, será sempre o Comissário Corrado Cattani, mas arranca aqui um excelente equilibrista a caminhar sobre o fio da razão. E Fanny Ardant é uma mulher cheia de mulheres dentro, inatingível e banal, exposta e indecifrável.
“O Odor Do Sangue” é um tratado cauteloso sobre o ciúme, a fidelidade e a velha pergunta sobre onde diabo está, afinal, o amor. É engenhoso no que deixa por ver, mas ligeiro no que não diz.

Veja também: Para um pouco mais de Martone, “Morte Di Un Matematico Napoletano” ou “L’Amore Molesto”

AB

i, 2009.06.03

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