O renascer do Phoenix



Estou convencido de que a razão para os americanos gostarem tanto de biopics prende-se com a juventude da sua história. Ou, como diria Rodrigues dos Santos, "tem a haver" com a juventude da sua história. Um país adolescente precisa de heróis e, sobretudo, de os conhecer e à sua vida através da melhor arte que esse preciso país tem para oferecer - o cinema.

Assim, não é de estranhar que a maioria destes académicos e normalmente sensaborões volumes de película tenha cada vez mais saída do lado de lá do Atlântico.

"Walk the Line" está uns furos acima do género mas a obrigatoriedade de o vermos é quase inteiramente devida ao talento do seu protagonista, um esmagador Joaquin Phoenix.

Mais, há uma cena neste filme, inteligentemente filmada com sobriedade e modéstia, em que Johnny Cash recorda, perante June Carter, a morte trágica do seu irmão mais velho. Pela voz, rosto e gestos de um actor que perdeu o irmão mais velho em circunstâncias igualmente trágicas. É um daqueles momentos em que a arte imita a vida ou terá o ovo surgido antes da galinha?, blá blá blá. É sobretudo a afirmação do talento poderoso do Phoenix mais novo, a consagração do apelido de família e a certeza que o mundo ganhou um actor imprescindível quando se fizer o balanço do século XXI.

LFB

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