wanna be
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No entanto, ele é tão ou mais inventivo como os nomes 'in' referidos há pouco; e tem, também, um ego mais ou menos do mesmo tamanho.
Lord of War é mais um pequeno passo atrás. Como os dois primeiros trabalhos enquanto director, está cheio de óptimas ideias, pleno de belíssimas intenções. Mas tem ainda mais ego, mais pretensão, mais vontade de mostrar como é original. Desta vez, ainda por cima, o orçamento terá batido recordes, correndo meio mundo para conseguir cenários, com uma disponibilidade de meios em fartura tal que o engenho se deve ter tornado preguiçoso.
A história deste negociante de armas à escala global carece de alguma sustentação, sobretudo no início da sua vertigem rumo ao topo do mundo. Nicholas Cage (cada vez com mais cabelo) não será a escolha ideal para representar um ucraniano; Ian Holm (cada vez mais parecido com Carlos Castro) não será a escolha ideal para representar o velho senhor de um dos negócios mais perigosos e lucrativos do mundo; Ethan Hawke (cada vez mais decepcionante) não será, nem pouco mais ou menos, a escolha ideal para representar o inspector Javert destes miseráveis.
E mesmo assim, vale a pena passar por este filme no cinema. Porque no meio da pretensão, de alguma previsibilidade e do moralismo envergonhado, há meia dúzia de excelentes frases, um punhado de belas ideias de realização e alguns momentos de corajosa crueldade.
AB
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