confessions of a dangerous mind

Tenho andado a remoer a questão dentro de mim. Desde que o Rui começou com isto e, agora, através da confissão de uma leitora, lhe dá seguimento, que me combato: devo contar? não devo contar?... Pronto... Vou contar. Cá vai: eu nunca curti no cinema.
Sim, eu sei, amigos leitores, é chocante. Estas coisas não se dizem assim, levianamente, na internet, ao alcance de qualquer criança. Mas já não o consegui esconder mais.
É que tenho a mania esquisita de querer ver os filmes, de facto. Sejam bons ou maus.
Vou, amiúde, sozinho ao cinema. Fujo para as primeiras filas, onde não há ninguém. Mando calar o primeiro espectador que tussa. Não gosto de distracções. É para ver um filme, é para ver um filme. Não é para comer amendoins, mandar sms, trocar segredinhos, armar-se em humorista nem explorar a fisionomia do próximo.
É um problema que tenho, chiça. Quando estou em actividades eróticas com uma jovem dedicada, também não quero que o Al Pacino desate ali ao lado com o monólogo da sua vida, nem o Marlon Brando a fazer truques do Método, nem o Clint Eastwood a mostrar-me a fragilidade humana. É para conhecer a jovem, é para conhecer a jovem.
Aliás, ao ler o texto da Inês, não sorrio, não penso "que engraçado". Não. Penso: "Meu Deus! Tu perdeste o Pulp Fiction?!"
Leitores, perdão. Mas era assumir isto aqui ou ir parar aos consultórios sentimentais das revistas.
AB

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