Um momento de claridade
Este blog é sobre ir ao cinema. Poderia sobre este tema especular, dissertar, inventar e o diabo a quatro. A verdade permaneceria:
Vou ao cinema para sair do mundo.
Na sala, sentado, descaído, na escuridão, o mundo abandona-me e eu abandono-o. O barulho da porta da sala que se fecha traz-me um sentimento de paz indescritível, desligo o telemóvel, saboreio as apresentações (ou irrito-me com a sua repetição) e o filme, bom ou mau, enche toda a minha consciência. Mesmo se algo me perturba, aflige, magoa, surge filtrado pela tela, pelo som, pelas imagens, pelos actores. É uma realidade paralela. Outra realidade. Eu, plácido e pacato, assisto, passivamente. O mundo está lá fora e mesmo que ande à minha procura a sala de cinema é o único sítio do mundo em que me sinto fora dele.
Ainda hoje me acontece sair da sala e acreditar com todas as minhas forças que posso realmente sair para outro sítio, diferente daquele por onde entrei. E às vezes acontece.
DM
Vou ao cinema para sair do mundo.
Na sala, sentado, descaído, na escuridão, o mundo abandona-me e eu abandono-o. O barulho da porta da sala que se fecha traz-me um sentimento de paz indescritível, desligo o telemóvel, saboreio as apresentações (ou irrito-me com a sua repetição) e o filme, bom ou mau, enche toda a minha consciência. Mesmo se algo me perturba, aflige, magoa, surge filtrado pela tela, pelo som, pelas imagens, pelos actores. É uma realidade paralela. Outra realidade. Eu, plácido e pacato, assisto, passivamente. O mundo está lá fora e mesmo que ande à minha procura a sala de cinema é o único sítio do mundo em que me sinto fora dele.
Ainda hoje me acontece sair da sala e acreditar com todas as minhas forças que posso realmente sair para outro sítio, diferente daquele por onde entrei. E às vezes acontece.
DM
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