The long and winding road de Viggo Mortensen

Lembro-me dele de alguns filmes mais antigos, contudo, até ao Senhor dos Anéis, para mim, como para muitos, Mortensen era um actor série B, um tipo bonito, a valer-se disso no ecrã. E desses há muitos por aí. Afinal havia mais, como Peter Jackson soube descobrir. Mas o verdadeiro choque dramático ocorreu em 2005, com Uma História de Violência, um dos melhores filmes que vi em toda a minha vida. Não há como Cronenberg para extrair de uma alma o que ela tem de melhor. A partir daí, Viggo tornou-se um dos meus actores preferidos. Mesmo com Alatriste (tenho o livro para ler antes de me arremessar ao filme), que todos me dizem ser uma xaropada, senti o filme chamar-me pela sua presença (é verdade que Elena Anaya e Ariadna Gil também ajudam). Depois veio novamente Cronenberg com o seu Promessas Perigosas. E, amanhã, A estrada, adaptação do romance de Cormac McCarthy, chega às salas de cinema. Cenários apocalípticos interessam-me mas raramente me fascinam. Eu gosto mais das revoluções existenciais e sociais que irrompem no mais idílico mundinho (daí a minha paixão por Uma História de Violência). Mas, ainda assim, não vou perder uma oportunidade de deixar Viggo Mortensen renovar o meu fascínio pelo cinema.

DM

Comentários

Miguel Vaz disse…
Alatriste vale sobretudo pela presença de Viggo Mortensen, que incorpora a personagem de uma forma desarmante. Até Pérez-Reverte, o autor dos livros de aventuras, se rendeu ao actor norte-americano crescido na Argentina (pormenor importante). Voltando ao filme, apesar de ser a mais cara produção espanhola de sempre, é realmente uma xaropada sem grande unidade ou coerência. É o penoso resultado da condensação de quatro volumes das aventuras de Alatriste.
Domingos Miguel disse…
Tenho muita curiosidade no filme, apesar de tudo. Mas tenho ainda mais no livro, que adquiri este Verão, na vila dos livros espanhola, Urueña. Espero conseguir lê-lo em 2010.
Miguel Vaz disse…
Em termos históricos, o filme é fantástico. Reproduz de forma fiel o ambiente da Madrid do século XVIII. Mas pela forma atafulhada como os produtores tentaram comprimir os livros, não pode ser considerada uma adaptação satisfatória. Quanto aos livros, apesar de serem obras de leitura fácil, nem por isso perdem a excelência. Estão editados em português com uma boa tradução. Aventuras fascinantes as do capitão Alatriste!

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