Os mais longos filmes da história

“Mistérios De Lisboa” chegou ontem às salas com a duração de quatro horas e 32 minutos. O espectador não costuma reagir bem a filmes longos. Embora pague o mesmo pelo bilhete, tende a impacientar-se na cadeira quando a projecção começa a passar das duas horas convencionais. Loucuras de três horas, vá lá saber-se porquê, só costumam ser toleradas em épicos históricos. No entanto, o cinema já foi mais destemido em comprimento de fita. Jacques Rivette, que também estreou ontem “36 Vistas Do Monte Saint-Loup”, fez em 1971 “Out 1: Noli Mi Tangere”, com 12h09. Peter Watkins precisou de 14h33 para mostrar o impacto das armas nucleares no documentário “Resan”. E Fassbinder serviu-nos “Berlin Alexanderplatz” em 15 suaves horas. O recorde nacional é, claro, pertença de mestre Oliveira que, em 1985, filmou “O Sapato De Cetim” em cerca de sete horas. À luz disto, “Mistérios De Lisboa”, como vêem, é pouco mais que uma curta-metragem.
AB
i, 2010.10.22

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