Atom circular
Tenho reservado na Fnac do Forum Almada o magnífico para-lá-de-palavras-que-possa-agora-conjurar Exotica. Aliás, 1994 foi um ano de grande filmes. E nem estou a pensar em Lisboa, Capital Europeia da Cultura, com os seus 100 dias, 100 filmes.
Exotica foi também o meu primeiro contacto com o canadiano Atom Egoyan. Obsessão foi a palavra-chave deste primeiro encontro. Não minha por ele, mas dele no seu filme. E Mia Kirshner não podia ter sido melhor escolha. God bless her heart. E, já agora, parabéns atrasados.
Depois deste filme interessei-me pela carreira de Egoyan. Tentei as suas primeiras curtas-metragens, tarefa que se revelou fastidiosa e depois lá conseguir ver as suas primeiras longas-metragens. Obsessões por todo o lado. E uma técnica particularmente apta a demonstrá-las: a fragmentação da narrativa. E sexo, claro. Aliás, deve estar por fazer um estudo rigoroso sobre sexo e realizadores canadianos. Egoyan, sim. Mas Cronenberg, também.
Obsessão, Fragmentação, Sexo e Verdade, podia bem ser o nome de um documentário dedicado à vida e obra de Egoyan. Depois de Exotica ele nunca mais abandonou as suas ferramentas de trabalho, em The Sweet Hereafter a coisa repete-se. Não há muitas mudanças em Felicia's Journey ou em Ararat. Sempre a Verdade, com letra maiúscula, sempre a fragmentação. E chegamos a Where the Truth Lies?, quase full circle.
Há qualquer coisa de confortante neste filme. Um thriller de época, um whodunnit? bem apresentado, com dois bons actores a protegê-lo. Mas pouco mais. Apetece regressar a Exotica, em que os actores não eram tão bons, ou os meios, mas onde há algo de profundamente apelativo que este último filme de Egoyan não tem nem parece querer ter.
É verdade que continua a haver uma história fragmentada e sexo e muita busca pela verdade e estranhas obessões. Mas parece que agora são apenas ingredientes decorados para fazer bem a receita. Nada mais.
Em Exotica os ingredientes foram usados como gosto de os usar: inventando, confiando no instinto, correndo atrás de uma ideia.
Here the truth lies flat.
DM
Exotica foi também o meu primeiro contacto com o canadiano Atom Egoyan. Obsessão foi a palavra-chave deste primeiro encontro. Não minha por ele, mas dele no seu filme. E Mia Kirshner não podia ter sido melhor escolha. God bless her heart. E, já agora, parabéns atrasados.
Depois deste filme interessei-me pela carreira de Egoyan. Tentei as suas primeiras curtas-metragens, tarefa que se revelou fastidiosa e depois lá conseguir ver as suas primeiras longas-metragens. Obsessões por todo o lado. E uma técnica particularmente apta a demonstrá-las: a fragmentação da narrativa. E sexo, claro. Aliás, deve estar por fazer um estudo rigoroso sobre sexo e realizadores canadianos. Egoyan, sim. Mas Cronenberg, também.
Obsessão, Fragmentação, Sexo e Verdade, podia bem ser o nome de um documentário dedicado à vida e obra de Egoyan. Depois de Exotica ele nunca mais abandonou as suas ferramentas de trabalho, em The Sweet Hereafter a coisa repete-se. Não há muitas mudanças em Felicia's Journey ou em Ararat. Sempre a Verdade, com letra maiúscula, sempre a fragmentação. E chegamos a Where the Truth Lies?, quase full circle.
Há qualquer coisa de confortante neste filme. Um thriller de época, um whodunnit? bem apresentado, com dois bons actores a protegê-lo. Mas pouco mais. Apetece regressar a Exotica, em que os actores não eram tão bons, ou os meios, mas onde há algo de profundamente apelativo que este último filme de Egoyan não tem nem parece querer ter.
É verdade que continua a haver uma história fragmentada e sexo e muita busca pela verdade e estranhas obessões. Mas parece que agora são apenas ingredientes decorados para fazer bem a receita. Nada mais.
Em Exotica os ingredientes foram usados como gosto de os usar: inventando, confiando no instinto, correndo atrás de uma ideia.
Here the truth lies flat.
DM
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