Clássicos Modernos: Moon - O Outro Lado da Lua *


Voltar a ver Moon e não mudar uma virgula na opinião que se teve inicialmente do filme: continua um dos grandes filmes recentes, e tem tudo para ser um clássico de culto para as próximas gerações.


"Moon - O Outro Lado da Lua


De Duncan Jones, com Sam Rockwell
É difícil falar de Moon sem ceder à tentação de revelar seus twists e segredos. No entanto, o maior segredo acaba por ser o filme em si, uma pérola da ficção cientifica, que após fazer furor em festivais como Sundance e Estoril, chegou na passada semana às nossas salas sem o destaque que merecia. 
Após três anos a viver em isolamento numa base lunar, sem comunicação exterior e apenas acompanhado pelo super computador GERTIE, Um astronauta prestes a regressar a casa, acorda de um estranho acidente para descobrir que não está só.
Mais do que um thriller científico, Moon é um estudo sobre o isolamento humano e a alienação laboral num futuro próximo que pode não ser tão diferente do nosso presente como isso.
Sam Rockwell, supera com distinção a tarefa hercúlea de carregar praticamente sozinho o peso do filme e, provavelmente na sua melhor interpretação à data, transmite com mestria a impotência e desespero da solidão.   
Mas o que se destaca em Moon é a sensação de nostalgia. O filme parece tratar-se de um clássico perdido da década de 70, com o seu ritmo pausado e argumento que obriga constantemente o espectador a pensar. Esse facto, a muito se deve ao resgatar, por parte do realizador, dos temas e ambientes de alguns clássicos do género, como 2001- Odisseia no Espaço (1968)O Cosmonauta Perdido (1972)Solaris (1972) ou Blade Runner (1982)  
Mas quando seria de se esperar que o filme caísse numa montanha de clichés (como acontece no recente Os Substitutos com Bruce Willis), Jones evita a cópia, pega em todos esses ingredientes conhecidos e funde-os em algo original, entregando uma primeira obra cerebral e moderna, que foge por completo da actual ficção imediatista, carregada de explosões e efeitos especiais. Alcançando desta forma a rara simplicidade e beleza dos grandes filmes.
Classificação: Muito Bom (*****)"
MS
* Critica publicada no Semanário Sol a 27/11/2009

Comentários

Barreira Invisível Podcast