solondz e o feel-bad cinema
PALINDROMES
Realização: Todd Solondz
Com: Ellen Barkin, Emani Sledge
Dizemos que algo é palíndromo quando tem o mesmo sentido lido da frente para trás ou de trás para a frente, como uma capicua, mas aplicada a uma frase. Todd Solondz faz uma incursão pelo tema para dizer que o ser humano não muda. As personagens passam pelo tempo, trocam de nome e até mudam de cara e corpo, mas o que são no íntimo é o mesmo, irrecuperavelmente. Tal como Solondz. Depois do genial “Happiness”, já “Storytelling” chovia no molhado. “Palindromes” é, por isso, mais que uma redundância. Fica à beira do moralismo e do choque gratuito. O mote é o aborto; o desenvolvimento o do costume: adolescentes pervertidos com ambições vazias, em famílias aparentemente perfeitas, mas disfuncionais, preconceituosas e fúteis. Entre uma geração e outra, a incapacidade humana para a comunicação. Esperemos por “Life During Wartime” para concluir se Solondz era, de facto, o mais empolgante indy americano ou, simplesmente, o mais orgulhoso do seu cinismo.
Veja também: O belíssimo “Eu, Tu E Todos Os Que Conhecemos”, de Miranda July. E, por que não?, “Juno”, de Jason Reitman.
AB
i, 2009.07.02
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