exaltação dos vencidos


O WRESTLER
Realização: Darren Aronofsky
Com: Mickey Rourke, Marisa Tomei

Já se disse tudo sobre “O Wrestler”. E não há muito a acrescentar à frase da “Newsweek”: “Testemunhe a ressurreição de Mickey Rourke.” Assim mesmo. Imperativo. Testemunhe. Tem que o fazer. “O Wrestler” não é um filme extraordinário; é um filme que é uma personagem que é um homem tremendamente real. Todo o aparato foi retirado para que ficasse apenas isto: o solitário Randy “The Ram”, estrela decadente do wrestling, a tentar descobrir se há vida fora do ringue. Mas não há. “Só lá fora é que me magoam”, diz, a dado passo. Aronofsky segue-o de câmara ao ombro e todos entramos atrás dele no ringue, nos bastidores, no vazio. Nós somos o seu público. O público que é a família de The Ram, a única coisa que ele ainda tem, tal como Rourke. “O Wrestler”, insiste-se, não é um grande filme, mas é daqueles que ficará. Porque tem coisas que não saem da memória. O olhar de The Ram, aquilo que diz, como diz, e aquele salto final para o nada.

Veja também: “Cinderella Man”, um filme inesperadamente bom de Ron Howard; e o clássico “O Campeão”, de Franco Zeffirelli.
AB
i, 2009.07.22

Comentários

Tiago Ramos disse…
É um bom filme, mas pouco mais que isso. Falta-lhe a peça que faça com que ele dê o salto. O renascimento de Randy é acima de tudo o de Mickey Rourke e o facto de se confundir ficção com realidade, não achei que ajudasse.

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