Histórias de filmes: o argumento que não estava lá


O esplêndido “Um Ano Mais”, de Mike Leigh, conseguiu uma única nomeação aos Óscares: melhor argumento original. Original, com efeito, é termo que se aplica ao processo de escrita de Leigh: é que ele não escreve verdadeiramente um argumento; trabalha a partir de improvisações contínuas dos actores. O guião só é redigido no fim, quando todo o elenco já sabe exactamente o que fazer e serve apenas para que a equipa técnica se oriente durante a rodagem. No caso de “Um Ano Mais”, o processo de criação prolongou-se por seis meses. Começou com Jim Broadbent a recolher características de uma série de pessoas reais e a apresentá-las a Leigh. O director seleccionou três dessas personagens que Broadbent, depois, foi assimilando numa só, em torno da qual todo o elenco construiu uma história completa e tremendamente humana.

AB

i, 2011.01.28

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