Brief Notes on Transformers (e não tão breves assim quanto à crítica cinematográfica)
1. Megan Fox - foxy chic! - sucumbe à busca no IMDB: não é que não continue gira e boa, até mais, mas perdido o contexto, aquela beleza toda deixa de ter piada. E a beleza tem que ter piada, tem que ser apropriável, tragável.
2. Os reencontros com a infância são sempre momentos complicados. O melhor é não pensar muito nisso e acreditar na reencarnação. E, neste caso, na remecanização.
3. Transformers é um filme tão descomplexado que até é dois filmes: um que adapta a 2007 o universo Transfomers - Autobots e Decepticons - dos anos 80; e outro que transfigura o cinema em grande farra sobre si mesmo, meta-cinema de cotovelada ao amigo da cadeira do lado, de gargalhada e, até, de alguma filosofia. Há muita filosofia no riso, como se sabe.
4. Isto leva-nos a isto:
isto é o último parágrafo da crítica de Jorge Mourinha e o dito isto a que se refere logo na primeira linha do excerto são mais trés parágrafos, dois com o dobro do tamanho deste e um outro com o mesmo tamanho.
Podia - e devia - fazer-se uma tese sobre crítica cinematográfica nos anos 10 sobre o dito isto de Jorge Mourinha. É toda uma sociologia do cinema, todo um manifesto psicológico, quando não mesmo uma manifestação psicológica.
Resume-se assim: apesar de eu perceber que este filme é mesmo só para curtir, de eu perceber que este filme é divertido, que este filme é sobre um universo que não me diz nada mas que entretém, como sou um crítica de cinema tenho de começar o meu texto por dizer mal dele, numa perspectica enquadrada e dogmática.
Gosto particularmente da parte que destaquei em bold.
5. Transformers até pode ser, na esteira de Jorge Mourinha, um filme que se esquece ao sair da sala mas além de esse ser todo um género - meritório - de cinema, ainda bem que assim é: se me lembrasse de todas as noites de entretenimento que já tive na vida... bem, enfim, é melhor ficarmos por aqui.
DM
2. Os reencontros com a infância são sempre momentos complicados. O melhor é não pensar muito nisso e acreditar na reencarnação. E, neste caso, na remecanização.
3. Transformers é um filme tão descomplexado que até é dois filmes: um que adapta a 2007 o universo Transfomers - Autobots e Decepticons - dos anos 80; e outro que transfigura o cinema em grande farra sobre si mesmo, meta-cinema de cotovelada ao amigo da cadeira do lado, de gargalhada e, até, de alguma filosofia. Há muita filosofia no riso, como se sabe.
4. Isto leva-nos a isto:
É evidente, dito isto, que por muito divertido que seja (e é, sobretudo numa estética assumidamente "trash" "eu-não-acredito-que-estou-a-ver-isto-mas-é-tão-fixe-que-estou-a-curtir-que-nem- um-castor" e sobretudo sempre que John Turturro aparece em grande forma a fazer de FBI desvairado em permanente modo "toda-agente-me-deve-e-ninguém-mepaga"), "Transformers" não é um grande filme, nem sequer algo que fique na memória para lá da sua duração (algo indigesta, como é hábito em Bay). É só um quase-manga de imagem real sobre robôs mutantes a dar porrada uns nos outros enquanto dão cabo do cenário. Mas o cinema também é feito destes prazeres culpados inconsequentes. Sobretudo quando tudo se resume a robôs mutantes a dar porrada uns nos outros. Godzilla aprovaria.
isto é o último parágrafo da crítica de Jorge Mourinha e o dito isto a que se refere logo na primeira linha do excerto são mais trés parágrafos, dois com o dobro do tamanho deste e um outro com o mesmo tamanho.
Podia - e devia - fazer-se uma tese sobre crítica cinematográfica nos anos 10 sobre o dito isto de Jorge Mourinha. É toda uma sociologia do cinema, todo um manifesto psicológico, quando não mesmo uma manifestação psicológica.
Resume-se assim: apesar de eu perceber que este filme é mesmo só para curtir, de eu perceber que este filme é divertido, que este filme é sobre um universo que não me diz nada mas que entretém, como sou um crítica de cinema tenho de começar o meu texto por dizer mal dele, numa perspectica enquadrada e dogmática.
Gosto particularmente da parte que destaquei em bold.
5. Transformers até pode ser, na esteira de Jorge Mourinha, um filme que se esquece ao sair da sala mas além de esse ser todo um género - meritório - de cinema, ainda bem que assim é: se me lembrasse de todas as noites de entretenimento que já tive na vida... bem, enfim, é melhor ficarmos por aqui.
DM
Comentários
Fazem falta os críticos a críticos, que lhes sejam capazes de dizer que entretenimento não é sempre uma homenagem a Godard e que um filme também pode ser válido e obrigatório pela quantidade de pipocas que obriga a ingerir e pela adrenalina visual. Mesmo que amanhã não fique na memória.