50 anos de PSICO
“Psico” é o mais rentável e, provavelmente, mais célebre filme de Hitchcock. Se é o melhor ou não, isso já é consigo. Tal como cem fãs dos Beatles escolheriam cem melhores canções de sempre diferentes, também os loucos por Hitch se dispersam entre “Pássaros”, “Vertigo”, “Mentira” e por aí afora.
O que torna “Psico” tão especial é ser um arquétipo do terror. Uma bela mulher sozinha ao volante, uma estrada escura, uma noite chuvosa, um motel à saída da estrada, um homem perturbado, um vulto na janela. É como se fosse impossível assistir ao filme pela primeira vez. Já todos vimos “Psico” porque todos os seus fantasmas estão na nossa cabeça.
Hitchcock é o maior manipulador da história do cinema e isso é por demais evidente em “Psico”. Faz-nos saber, desde o primeiro instante, que algo de mal vai acontecer e até nos diz quando. E é isso que nos apavora, porque o poder do terror não está na surpresa, mas na iminência.
Tudo neste filme ficou para sempre. A cena do duche; o grito de Janet Leigh; o calafrio que vem com o nome Bates. Até a fabulosa lenda urbana segundo a qual o título português seria, simplesmente, “Psico” porque, à última hora, alguém pôs a mão na consciência e impediu que estreasse com o eloquente: “O Filho Que Era A Mãe”.
AB
i, 2010.06.16
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