bem-vindo a casa

TEMPOS DE VERÃO

De: Olivier Assayas

Com: Juliette Binoche, Charles Berling, Edith Scob

De vez em quando, surge um filme como “Tempos De Verão” que deixa de fora os grandes conflitos e cruzadas, para se concentrar num tema tão intangível como a ideia de casa. São oportunidades doces. Porque quando um autor fala sobre a sua casa, a casa mãe, casa da infância, da família, casa ponto de partida, com todas as suas especificidades e idiossincrasias, acontece um estranho milagre de identificação – eu, espectador, que assisto e que tenho uma casa de infância tão diferente, tão absolutamente oposta àquela, encontro-a sempre ali, na ideia de casa do autor. Se o filme falar a verdade – e o filme de Assayas fala. E essa verdade começa pelo título: “Tempos De Verão”, uma das mais justas declinações da ideia dessa casa materna, donde não vem o futuro, mas jamais virá o mal. Um filme sólido e preciso que parte da morte da matriarca de uma família para investigar o valor das coisas com que enchemos os nossos quartos.

Veja também: “Andando”, Hirokazu Kore-Eda, “Casa De Lava”, Pedro Costa (a propósito de Edith Scob).

AB

i, 2009.11.14

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