faltam dois dias







Vinte vezes (mais coisa, menos coisa) terei visto o filme e foi preciso chegar àquele final de almoço em San Luis Potosí, a meio do México, para que o amigo e poeta Mário Alonso dissesse, na sua forma quase inexpressiva de falar: "Blade Runner é o melhor filme sobre o olhar que já vi".
E só aí reconstituí toda a película, frame fulcral a frame fulcral: o teste voight-kampff que identifica réplicantes entre humanos a partir da flutuação ou não flutuação da pupila, da dilatação voluntária ou involuntária da íris; a cidade reflectida nos olhares; Roy Batty matando o criador Eldon Tyrell perfurando-lhe os olhos; a faixa negra sobre os olhos de Pris; o monólogo pré-morte de Batty ("I've seen things you human wouldn't believe…"); o olhar final de Deckard; o olhar persecutório de Gaff; Deckard matando Leon com um golpe que lhe perfura o cérebro através dos olhos.
Tudo.
AB

Comentários

M disse…
Este link também tem uma análise interessante do filme, sob uma perspectiva cristã: http://www.hollywoodjesus.com/bladerunner.htm

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