Ver o mesmo filme mais de uma vez

Há inúmeras razões para ver o mesmo filme mais do que uma vez, na mesma temporada cinematográfica. Isto é, sejamos rigorosos: excluindo as reposições, os ciclos, a cinemateca e qualquer outro suporte que não a película.

A razão mais comum mas que menos me importa é a do rebanho. Quantas e quantas vezes nos acontece sermos tomados pela vaga de fundo e, arrebanhados, lá vamos ver de novo um filme, não tanto pelo filme, mas... pelo convívio.

Regressar a um filme, sozinho ou com alguém particular em mente, é outra coisa. O complexo de emoções e razões para desencadear este regresso é rico e irrepetível. Por exemplo, eu fui ver 3 vezes, ao Condes, o Braveheart. Todas as idas tiveram a sua explicação. (o que continua sem explicação - eu é que continuo em negação - é como é que o Condes fechou e aí abriu o Hard Rock Café).

Dos filmes que vi mais de duas vezes por razões especiais, lembro vários: a segunda vez que fui ver o Alta Fidelidade quis ir vê-lo com um grande amigo que pressenti estar em sintonia com o espírito do filme; o Tigre e o Dragão fica explicado pelo efeito que os efeitos especiais tiveram sobre mim; a segunda vez que vi o Gosto dos Outros foi numa sessão em que a realizadora também esteve presente (fica a curiosidade de que entre as duas sessões vi 11 filmes); o Cercados, Pacto dos Lobos e 21 Gramas voltam à razão predominante: querer partilhar um filme com alguém e, sobretudo, o estado de espírito e a conversa que se lhe podem seguir.
DM

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