Ryder on the storm


Meus caros, estou ainda a tentar apurar se haverá, ou não, estreia comercial para A Scanner Darkly, de Richard Linklater e, caso se confirme o cenário mais negro, proponho-me lançar um abaixo-assinado para que alguma alma caridosa, leia-se distribuidora, ponha ordem nisto. Eu, normalmente, não dou grande coisa por abaixo-assinados, esse grande instrumento da democracia participativa, mas neste caso parece-me útil uma vez que se trata apenas de uma questão numérica: se, digamos 5000 pessoas assinarem, penso estar demonstrado que existem 5000 pessoas interessadas em ir ver o filme.

No entanto este texto não é sobre o supracitado e fascinante tema mas sobre Winona Ryder.

Gosto muito da menina Ryder, que no transacto ano completou 35 anos. Tenho acompanhado a sua carreira, pelo menos, desde que namorou com Johnny Depp. E isso já foi nos inícios dos anos 90. Nunca foi um acompanhamento próximo, motivado por uma fixação mórbida ou algo do género. Não. Nada disso. Apenas um fascínio suave por uma entidade que, pela simples presença no ecrã, transmitia uma aura poderosa. Apesar do aspecto frágil.

Filmes como Eduardo Mãos de Tesoura, a Idade da Inocência ou Girl, Interrupted são os que me vêm à cabeça para ilustrar este período.

E, então, ela foi presa por roubar roupa em Berverly Hills. Este acontecimento marcou-me. Creio que a ela também. E na altura nem sequer sabia que ela tinha como livro preferido The Catcher in the Rye, de J.D. Salinger. Creio, pensando agora nisto com calma, que este acontecimento me marcou pela expressão no rosto de Wynona, quando a vi no telejornal. Eu tenho uma certa afeição pelas pessoas atormentadas e problemáticas. Que seria da pobre menina? Passei a achar que a carreira dela, que me parecia promissora, se iria ressentir. E continuo com essa ideia. Quero crer, e continuarei a querer mesmo que me provem que é mentira, que foi A Scanner Darkly que marcou um ponto de viragem na carreira de Ryder.

Repare-se que depois do filme de Richard Linklater, Winona filmou The Ten, um filme com dez histórias sobre cada um dos Mandamentos (e eu que vou no 7º Mandamento do Kieslowski...), o que denota uma clara intervenção de Deus na carreira da actriz. E desde aí não tem parado.

Mas mais curioso do que tudo isto é que Winona Ryder é uma loura natural.
DM

Comentários

C. disse…
Começou tão bem - Burton, Scorsese, Coppola - depois desvaneceu-se e tenho pena, porque era uma grande promessa. Com essa aura que referes, aura de estrela.
noite americana disse…
Ah..mas eu acho que ela está de volta.

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