a bem da nação
À sétima edição, o Indie escolhe abrir com um filme português. E aqui do fundo da bilheteira, aplaude-se, não tanto o Indie, mas o filme. Um festival de cinema com a qualidade do Indie não tem de ser proteccionista nem patriota; o que é de saudar é que existam filmes portugueses com a qualidade para serem, por direito próprio, filmes de abertura de festivais assim. Aliás, no labirinto de lamentações em que entrámos já ninguém sabe quando, é mesmo de aplaudir de pé a vitalidade do cinema documental nacional – há vários exemplos dela actualmente em cartaz.
“Fantasia Lusitana” é um mergulho soberbo no Portugal dos anos 40, quando o mundo era incendiado pela Segunda Guerra e Salazar nos garantia viver no melhor dos mundos possíveis. Recorrendo integralmente a imagens de arquivo, com particular incidência na cerimónia de abertura da mítica Exposição do Mundo Português, Canijo deixa que tudo fale por si: as imagens, as locuções dos jornalistas da época, a propaganda e, sobretudo, os relatos deixados por Alfred Doblin, Erika Mann e Antoine de Saint-Exupéry. Num tempo em que Lisboa estava inundada de refugiados, gente escondida da guerra ou apenas à espera do primeiro barco para a América, “Fantasia Lusitana” leva-nos lá e deixa-nos entregues à perplexidade, sem demagogias. No fim, absurdo dos absurdos, não conseguimos deixar de amar este país.
AB
i, 2010.04.22
Comentários
polícias repressivas de Paris aos checos democreticos passando pelas ditaduras patriarcais polacas, hungaras,grega e portuga
é um filme da situação vigente em que se faz a apologia de um regime caduco debicando no cadáver do anterior tal como esse tinha feito ao regime nepotista da 1ªrepública
tudo muda para ficar no mesmo
deem-lhes a ilusão de um parlamento e de liberdade mas não a capacidade de alterarem o rumo das coisas
axo quisto é um conselho de Bismarck aos japs