identidades secretas


Watchmen, Zack Snyder

É voz comum entender os papéis de pessoa com deficiência como trabalho particularmente difícil para um actor. Mas dão sempre óscar. Fazer de alcoólico também vale. Ou de vilão dos piores. Ou de homossexual. São processos de transformação complexos, mas, além de valerem, inevitavelmente, o reconhecimento do público e o respeito dos pares, permitem aos actores exceder-se, ultrapassar-se, mostrar todo o repertório de truques.

Depois, há os papéis de super-herói. O actor tem acções e expressões limitadas por um fato e uma máscara ridículos; tem de fingir - além de todas as emoções pedidas pelo guião - que acredita mesmo naquilo, no que é, no universo que o rodeia; e, ainda por cima, jamais valem óscares.

De resto, nunca se sabe o que vai acontecer a partir do momento em que um tipo entra dentro do fato de super. Houve actores sofríveis a brilhar muito alto quando deram corpo aos Comics. Houve magníficos actores que lá foram picar o ponto e cumprir com competência. E há actores bem talentosos como Patrick Wilson que, em vez de super-heróis, resultam na atrapalhada mistura dum fato de carnaval dispendioso com um figurante tímido a chocalhar dentro dele.
AB

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