What happened to Comédia Romântica?
O Hugh Grant está velho. A boca da Meg Ryan lembra um tamboril. O Billy Wilder já era. A Nora Ephron já deu. Nos últimos anos, o género “comédia romântica” tornou-se o Benfica do cinema. Arrasta-se pelas salas vivendo da glória de tempos idos. E nós ressacamos.
Estou certo de que há por aí um grupo razoável de pessoas que sentem a falta da sua dose trimestral de comédia romântica, nem que venha dos irmãos Farrelly. Não nos importamos mesmo de ir sozinhos ao cinema, alegremente entalados entre os casais de pombinhos que vêem estes filmes como um passo obrigatório do namoro – algures entre o 1º jantar à luz de velas e a 2ª queca. Nós vamos pelo escape, porque de 3 em 3 meses precisamos de fingir que cremos no amor à primeira vista, na paixão ditada pelo destino, que sobrevive a meia dúzia de percalços blá blá blá e termina sempre bem. É uma droga, sim senhores, mas esta nem faz sequer mal à saúde.
E a verdade é que, nos tempos recentes, faltam as one-liners às comédias românticas como faltam os livres do Simão ao Benfica. Faltam actores carismáticos e química, cenas inesquecíveis como um orgasmo fingido à mesa da pastelaria, subversões como um milionário apaixonar-se por uma prostituta de rua e, que diabo, até falta o Tom Hanks.
A comédia romântica pode ser o bitoque com ovo a cavalo mas ninguém vive só de caviar. E porque estou naquela altura do ciclo trimestral em que ressaco um valente “happy-end”, ninguém me mata a esperança de que um dia destes o Aaron Sorkin ou o Nick Hornby se habilitem a guiões no género. E a Natalie Portman diga “Hell, why not?”.
LFB, publicado no MEIA HORA de 6ª, 14 de Março
Estou certo de que há por aí um grupo razoável de pessoas que sentem a falta da sua dose trimestral de comédia romântica, nem que venha dos irmãos Farrelly. Não nos importamos mesmo de ir sozinhos ao cinema, alegremente entalados entre os casais de pombinhos que vêem estes filmes como um passo obrigatório do namoro – algures entre o 1º jantar à luz de velas e a 2ª queca. Nós vamos pelo escape, porque de 3 em 3 meses precisamos de fingir que cremos no amor à primeira vista, na paixão ditada pelo destino, que sobrevive a meia dúzia de percalços blá blá blá e termina sempre bem. É uma droga, sim senhores, mas esta nem faz sequer mal à saúde.
E a verdade é que, nos tempos recentes, faltam as one-liners às comédias românticas como faltam os livres do Simão ao Benfica. Faltam actores carismáticos e química, cenas inesquecíveis como um orgasmo fingido à mesa da pastelaria, subversões como um milionário apaixonar-se por uma prostituta de rua e, que diabo, até falta o Tom Hanks.
A comédia romântica pode ser o bitoque com ovo a cavalo mas ninguém vive só de caviar. E porque estou naquela altura do ciclo trimestral em que ressaco um valente “happy-end”, ninguém me mata a esperança de que um dia destes o Aaron Sorkin ou o Nick Hornby se habilitem a guiões no género. E a Natalie Portman diga “Hell, why not?”.
LFB, publicado no MEIA HORA de 6ª, 14 de Março
Comentários
Que imagem tão desagradável.
Espero que nunca pegue numa máquina de filmar...