Brief Notes on Broken Flowers - adenda
1. Encontro a I. à saída do King e desencontramo-nos na opinião sobre Broken Flowers. Ela está de acordo com ele. Mas já lá iremos.
2. A I. achou o filme sem sentido e, em bom rigor, o filme não tem sentido. Não que isso sirva de justificação ou consolo, mas é isso mesmo que as palavras e a correria finais de Bill Murray enunciam.
3. A opinião de I. lembrou-me algo que devia ter acrescentado às minhas notas originais e que explicam esta adenda: cada um vê o filme que pode. E não mais.
4. Eu levei para dentro do filme de Jarmusch as minhas preocupações, que, por muito paralelas, rapidamente dão um sentido urgente ao filme. Isto é, nostálgico, melancólico e metafísico. No fim, libertador. É tanto mais o meu sentido, como é sempre, do que o sentido do filme. Em boa verdade vos digo, irmãos, que nenhum filme, nenhum texto, nada, tem sentido objectivo. Mas isso serão brief notes on some other subject.
5. Atente-se no texto do maradona: é todo um outro campeonato de meditações que, mesmo sem serem reveladas, podemos intuir.
6. I. considera imperdível Reis e Rainha, onde, num magnífico final, Mathieu Amalric, explica que o presente é o passado. I. achou sem sentido Flores Partidas, onde Bill Murray, noutro magnífico final, diz que o presente é só isso. Presente.
7. Aí estão duas mundividências inconciliáveis que explicam (quase) tudo.
8. maradona, cuja graça está em destruir, não faculta qualquer comparação como a que I. permite, com o seu elogio luminoso a Reis e Rainha, mas possibilita perceber algo: é seu o filme de Jarmusch que ele pode. E a mais não é obrigado.
9. Jarmush é bom nisso, como o demonstram Stranger than Paradise ou Coffee and cigarrettes.
10. Ah, que maravilha, agora lembrei-me da voz de Eszter Balint...
11. Felizmente há o futebol.
DM
2. A I. achou o filme sem sentido e, em bom rigor, o filme não tem sentido. Não que isso sirva de justificação ou consolo, mas é isso mesmo que as palavras e a correria finais de Bill Murray enunciam.
3. A opinião de I. lembrou-me algo que devia ter acrescentado às minhas notas originais e que explicam esta adenda: cada um vê o filme que pode. E não mais.
4. Eu levei para dentro do filme de Jarmusch as minhas preocupações, que, por muito paralelas, rapidamente dão um sentido urgente ao filme. Isto é, nostálgico, melancólico e metafísico. No fim, libertador. É tanto mais o meu sentido, como é sempre, do que o sentido do filme. Em boa verdade vos digo, irmãos, que nenhum filme, nenhum texto, nada, tem sentido objectivo. Mas isso serão brief notes on some other subject.
5. Atente-se no texto do maradona: é todo um outro campeonato de meditações que, mesmo sem serem reveladas, podemos intuir.
6. I. considera imperdível Reis e Rainha, onde, num magnífico final, Mathieu Amalric, explica que o presente é o passado. I. achou sem sentido Flores Partidas, onde Bill Murray, noutro magnífico final, diz que o presente é só isso. Presente.
7. Aí estão duas mundividências inconciliáveis que explicam (quase) tudo.
8. maradona, cuja graça está em destruir, não faculta qualquer comparação como a que I. permite, com o seu elogio luminoso a Reis e Rainha, mas possibilita perceber algo: é seu o filme de Jarmusch que ele pode. E a mais não é obrigado.
9. Jarmush é bom nisso, como o demonstram Stranger than Paradise ou Coffee and cigarrettes.
10. Ah, que maravilha, agora lembrei-me da voz de Eszter Balint...
11. Felizmente há o futebol.
DM
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