diálogos: A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES (1958)

A estreia de “O Tio Boonmee Que Se Lembra Das Suas Vidas Anteriores” é uma boa desculpa para recordar um dos grandes filmes de sempre. Em “Vertigo” (o título original e aquele por que é melhor lembrado), Kim Novak e James Stewart já andavam às voltas com o mistério da reencarnação.

MADELEINE: Sei tão pouca coisa… É como se caminhasse por um corredor que, em tempos, estava coberto de espelhos e agora só tem alguns estilhaços pendurados, aqui e ali, negros e sombrios, reflectindo uma imagem negra de mim… E, ao mesmo tempo, não sou eu… É outra pessoa, com outra roupa, de outro tempo, fazendo coisas que eu nunca fiz… Mas, ainda assim, sou eu… E não posso parar para perguntar porquê, tenho de continuar a andar. E no fim do corredor não há nada, só trevas. E eu sei que, quando entrar nelas, morrerei.

Pausa. MADELEINE levanta o olhar.

MADELEINE: Mas nunca cheguei ao fim. Regressei sempre antes de lá chegar. Excepto uma vez.

SCOTTIE: Ontem.

Argumento: Alec Coppel & Samuel A. Taylor

AB

i, 2011.04.02

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