O melhor Tom Hanks
[Tom Hanks, Steven Gold em «Punchline», 1988]
«Also, there is one particular shot of Charlie Wilson crying in a chair. This shot is introduced about 60% of the way through the film, though its significance is somewhat unclear. Then, with about 2 minutes left to go, we get this same shot again, then the final scene. Maybe I should’ve asked Sorkin to explain it to me because I had no idea where this scene took place, when it was meant to have taken place or what the point of it was.» (daqui)
Olhemos para a fotografia acima. Era isto que eu queria dizer com o melhor Tom Hanks (mas este senhor não percebeu apesar de ter beijado e abraçado a Julia Roberts e a Rita Wilson).
O avesso do avesso do direito ainda é direito. Steven Gold e Charlie Wilson choram talvez por isso. A Sally Field de Punchline está para Steven Gold como o Afeganistão em Charlie Wilson's War está para Charlie Wilson - e para a América. Diz-me quem sabe que há em Wilson uma espécie de redenção pessoal e de outrém, alguém que chora de impotência bem-intencionada traída perante algo ou alguém que se crucifica. Ou melhor, a expiação de imperfeições e culpas pessoais. Atonement, portanto. A aparente pureza dos motivos, em Charlie Wilson e Steven Gold, mas também em Gust Avrakotos, é que lixa tudo e torna tudo mais difícil. A Sally Field ficou reconcliada com o marido John Goodman (como era suposto e ainda bem), o Afeganistão ficou para o Osama bin Laden etc. (e ainda mal como se viu), o gajo, Tom Hanks, ficou sozinho com um microfone à frente, nú. Por isso chora, wouldn't you?
RB
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