(not so) Brief Notes on Marvel's Avengers

1. Well, Marvel, congratulations, you finally did it!

Um filme do Universo Marvel que não vive na sombra da banda desenhada mas que também não renega a sua natureza. Este é verdadeiramente o primeiro filme do Universo Marvel em que a editora conseguiu encontrar para o cinema a mesma fluidez que vem apurando na banda desenhada há décadas. Já vamos perceber porquê. Mas antes:

2. Ah, a Maria Hill... Eu nunca vos falei da minha paixão pela Maria Hill? I will.

3. A fasquia estava alta. Os Avengers são uma equipa difícil. Não são a primeira (esse troféu pertence ao Quarteto Fantástico), mas são a mais famosa e a mais complicada. Esse é o primeiro aspecto em que o filme triunfa: consegue passar para o espectador um pouco do difícil ajustamento que é a história dos Vingadores, desde as lideranças difíceis até às entradas e saídas controversas.

4. Dentro deste encontro difícil que são os Vingadores, o filme também consegue ocupar-se de algumas relações famosas dentro do tempo possível: Stark/Rogers, responsável por uma das tensões mais interessantes da Marvel entre Homem de Ferro e Capitão América, a culminar na Civil War; a relação da Viúva Negra com Hawkeye e a própria S.H.I.E.L.D.; a relação entre Stark e Banner, onde só falta Reed Richards, como os grandes cientistas da Marvel; a preocupação de Thor com Jane Foster; e a relação de Banner com toda a gente. Contudo, há também alguns exageros a bem da história: SPOILER: Phil Coulson está vivo e de boa saúde e é duvidoso que a relação entre Stark e Pepper Potts alguma vez tenha sido tão íntima. Mas, enfim, os tempos são outros... END SPOILER.

5. Talvez o melhor dos Vingadores seja ter trazido para o cinema a paz que a Marvel finalmente conseguiu com Hulk. Ao contrário da DC em que o Super-Homem cedo se tornou completamente dominador, na Marvel sempre houve um certo equilíbrio, que, aos poucos, Hulk foi destruindo. Sendo verdade que ainda hoje a questão está por fechar (The Sentry e o Red Hulk foram em parte criados para haver alguma hipótese de reequilíbrio) a Marvel já aceitou essa condição de Hulkização do seu Universo. Mas até aí me parece que Marvel leva vantagem. É que se Super-Homem é eticamente perfeito - The Man of Tomorrow - já Hulk é imprevisível e incontrolável e por isso nunca se sabe se entra numa dada equação (veja-se a sua intervenção da Civil War para a Worlk War Hulk). É por isso muito bom ver a Marvel aceitar isso e integrá-lo de forma muito inteligente, divertida e apelativa neste seu Avengers. É evidente que o Hulk resolve (no pun intended). A questão é: podemos contar com ele?

6. As pequenas piadas entrelaçadas na história são uma marca da Marvel, que neste filme consegue fazer-nos sentir uma cumplicidade enorme com o modo como nos habituámos a ler os seus comics. Um exemplo: o comentário de Stark sobre um agente S.H.I.E.L.D. a jogar jogos de computador no Helicarrier e alguns minutos depois, no final da cena, vermos o referido agente realmente a jogar. Algo que estou mesmo a ver a acontecer numa história Marvel.

7. O Helicarrier demonstra outro aspecto que a Marvel também apurou neste filme: o rigor dos objectos e não apenas das personagens. Todos os amantes da Marvel e da S.H.I.E.L.D. têm o Helicarrier na sua memória e exigem que a sua reprodução esteja à altura das suas memórias. A escala de deslumbre do helicarrier é tal que permite uma piada no próprio filme, em forma de aposta entre Fury e Rogers.

8. Ah, e a Maria... Maria...

9. Apesar de ser verdade (err...verdade, you know what I mean) que Thanos tentou capturar o Cubo, a história do filme é original e esse é outro ponto a seu favor. Os filmes Marvel devem ser oportunidades de apresentar novas histórias, novos argumentos e a Marvel tem suficientes reboots para aceitar que o mesmo possa acontecer parcialmente nos seus filmes. Mas, já agora, um ponto para a DC nesta minha incursão ao cinema: quando vi Thanos só pensei "O que é que está ali a fazer o Darkseid?".

10. Há coisas, porém, que nem a Marvel consegue mudar e a verdade é que Downey Jr. é melhor actor que Chris Evans, o que torna a relação entre Stark e Rogers um pouco desequilibrada quando comparada com as bandas desenhadas, em que Capitão América e Homem de Ferro têm a mesma importância e protagonismo (novamente, veja-se a Civil War).

11. Uma palavra também para Loki, que embora nunca me tenha convencido como vilão (um pouco pelas razões invocadas por Coulson, curiosamente), a verdade é que está igual a si próprio, e não se pode pedir mais dele. Afinal, não é fácil ser irmão (bastardo) de Thor.

12. Não sei como é ver este filme sem se conhecer ou gostar da Marvel. Creio que será possível, mas não é a mesma coisa.

13. E, enfim, a Maria Hill:




Domingos Miguel

Comentários

Loot disse…
humm o Phil Coulson não foi criado para o cinema? Tendo aparecido nos comics posteriormente? Sendo assim não me parece que esteja como dizes nos SPOILERS.

O Loki está bestial, ou se gosta daquele vilão ou não, mas que está muito bem interpretado está.
é provavelmente o melhor filme da Marvel, conseguiu captar aquele espírito de diversão das BDs, mas, sem estar preso a elas, como bem dizes.

concordo praticamente com tudo que dizes e saí do cinema a pensar no mesmo. Como viverá o filme alguém que não conhece estas personagens da BD.

Acho que há personagens que podiam ter derrotado o Hulk na BD. Mesmo no world war o Strange podia ter ido mais longe e já não me recordo se o Sentry também (sei que o combate acaba com os dois desfeitos mas com o sentry a cair primeiro). É curioso que com o hulk a este nível um dos seus combates mais clássicos além do Thor é o wolverine, muito mais fraco.

E quanto ao Thanos, a Marvel tem mtas personagens inspiradas nas da DC por isso, há que dar mérito a editora do melhor detective da BD :)

Abraço

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