A boa ovelha
Há uma frase de Matt Damon em The Good Sheperd, o ansiado regresso de Robert De Niro à realização (e à interpretação), que tem para mim a maior importância. Cito-a de cor:
Não se trata de confiança ou lealdade, trata-se de acreditar naquilo que se faz.
Não quero fazer aqui uma apologia dos contrastes, defendendo que uma e a outra não podem coexistir numa mesma pessoa, numa mesma situação. Mas é justamente porque que creio que assumimos facilmente que as duas quase sempre se combinam e confundem que acho interessante esse ponto no filme de De Niro.
É muito mais do que a diferença entre seguir uma pessoa ou seguir uma causa, embora principie por ser isso. É também a questão de saber se aqueles que seguimos podem e devem ser os intérpretes das nossas causas. Se confiar em alguém pode ser também acreditar em algo, tomando a pessoa pela causa.
O contrário é ser leal até ao momento em que a crença em algo maior se confronta com a lealdade. Pois aí, tal como Damon encarna em O Bom Pastor, prevalecerá aquilo em que acreditamos sobre aqueles que em nós confiam. Tenhamos ou não razão (esse é todo um outro problema, cuja abordagem mudaria para sempre a natureza da noite americana).
Creio que é isso que me fascina no mundo militar. E o nascimento da CIA tem muito de marcial, como se pode perceber pelo filme de De Niro. Essa necessidade de obedecer sem contestar, de seguir a linha de comando, e da tensão permanente entre o que pode parecer obediência cega e o que deve ser uma resposta rápida, eficaz e sem contradições.
DM
Não se trata de confiança ou lealdade, trata-se de acreditar naquilo que se faz.
Não quero fazer aqui uma apologia dos contrastes, defendendo que uma e a outra não podem coexistir numa mesma pessoa, numa mesma situação. Mas é justamente porque que creio que assumimos facilmente que as duas quase sempre se combinam e confundem que acho interessante esse ponto no filme de De Niro.
É muito mais do que a diferença entre seguir uma pessoa ou seguir uma causa, embora principie por ser isso. É também a questão de saber se aqueles que seguimos podem e devem ser os intérpretes das nossas causas. Se confiar em alguém pode ser também acreditar em algo, tomando a pessoa pela causa.
O contrário é ser leal até ao momento em que a crença em algo maior se confronta com a lealdade. Pois aí, tal como Damon encarna em O Bom Pastor, prevalecerá aquilo em que acreditamos sobre aqueles que em nós confiam. Tenhamos ou não razão (esse é todo um outro problema, cuja abordagem mudaria para sempre a natureza da noite americana).
Creio que é isso que me fascina no mundo militar. E o nascimento da CIA tem muito de marcial, como se pode perceber pelo filme de De Niro. Essa necessidade de obedecer sem contestar, de seguir a linha de comando, e da tensão permanente entre o que pode parecer obediência cega e o que deve ser uma resposta rápida, eficaz e sem contradições.
DM
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