grandes filmes maus - II
"Taking Lives" é um thriller do ano passado e tem Angelina Jolie como protagonista. Pergunta:
É possível abandonar a sala de cinema antes de um filme com Angelina terminar?
Respostas possíveis:
a) claro que não, que pergunta idiota (nem que fosse "O Regresso dos Tomates Assassinos - a Ressurreição")!
b) sim, se for para chegar a tempo da "happy hour" no Trumps
c) sim, se o filme for tão mau mas tão mau que justifique um post mas nem sequer o "trabalho" de sacar do IMDB o nome do realizador
Tomemos a alínea c) - que já passa das 3 da manhã e tenho demasiado sono para desenvolver a b).
"Taking Lives" é o único filme que me recusei a ver até ao fim. Trata-se da enésima tentativa de copiar o ambiente do "Seven" de David Fincher e tem um trio de grandes actores juntos na pior escolha de guião das suas vidas. Ethan Hawke, o bonzinho que afinal é mauzão, está claramente na ressaca do seu divórcio de Uma Thurman e devia precisar urgentemente de um cheque chorudo para pagar as consultas no seu psicanalista; Kiefer Sutherland aproveitou uma pausa nas gravações da extraordinária série "24" para fazer mais uma perninha no cinema mas esqueceu-se claramente de deixar a personagem de Jack Bauer em casa; e Angelina Jolie tem a pior interpretação desde que Franco Zefirelli se lembrou de que Mel Gibson dava "um ganda Hamlet, pá!".
As voltas e reviravoltas no filme são mais inacreditáveis que o enredo da soap "The Bold & the Beautiful" mas inenarrável mesmo é a sucessão de cenas de diálogo em que os actores se movem sem destino aparente por corredores ou ruelas, parando e retomando a marcha, atarantados e perdidos, como se estivessem numa encenação mal plagiada do teatro londrino por alguém no Teatro Aberto. Por lá cirandam também, vomitando deixas desconexas, Tcheky Karyo - um bastante razoável actor francês e outro franciú cujo nome agora não me ocorre mas que é famoso por falar pior inglês do que Banderas, dormir com a Kylie Minogue e ter feito a Diane Lane encornar o Richard Gere no suficiente - "Infiel", de Adrian Lyne.
A história? Não conto. Vale a pena alugar o dvd deste filme que, de tão mau, acaba por dar a volta completa e valer a pena. Sim, dou-me conta - ao escrever com tal gozo sobre ele - que devia revê-lo, bem municiado de cervejas e amigos gozões. A verdade é que abandonei a sala quando Ethan Hawke, que já tinha dormido com Jolie, regressa meses depois para esfaquear a barriga da gravemente grávida ex-amante com uma tesoura de podar. Afinal, o mau gosto tem limites - mesmo para quem, como eu, papou a "Grande Noite" toda do La Féria, quando dava na TV e a acne atacava de forma vil.
Luís Filipe Borges
É possível abandonar a sala de cinema antes de um filme com Angelina terminar?
Respostas possíveis:
a) claro que não, que pergunta idiota (nem que fosse "O Regresso dos Tomates Assassinos - a Ressurreição")!
b) sim, se for para chegar a tempo da "happy hour" no Trumps
c) sim, se o filme for tão mau mas tão mau que justifique um post mas nem sequer o "trabalho" de sacar do IMDB o nome do realizador
Tomemos a alínea c) - que já passa das 3 da manhã e tenho demasiado sono para desenvolver a b).
"Taking Lives" é o único filme que me recusei a ver até ao fim. Trata-se da enésima tentativa de copiar o ambiente do "Seven" de David Fincher e tem um trio de grandes actores juntos na pior escolha de guião das suas vidas. Ethan Hawke, o bonzinho que afinal é mauzão, está claramente na ressaca do seu divórcio de Uma Thurman e devia precisar urgentemente de um cheque chorudo para pagar as consultas no seu psicanalista; Kiefer Sutherland aproveitou uma pausa nas gravações da extraordinária série "24" para fazer mais uma perninha no cinema mas esqueceu-se claramente de deixar a personagem de Jack Bauer em casa; e Angelina Jolie tem a pior interpretação desde que Franco Zefirelli se lembrou de que Mel Gibson dava "um ganda Hamlet, pá!".
As voltas e reviravoltas no filme são mais inacreditáveis que o enredo da soap "The Bold & the Beautiful" mas inenarrável mesmo é a sucessão de cenas de diálogo em que os actores se movem sem destino aparente por corredores ou ruelas, parando e retomando a marcha, atarantados e perdidos, como se estivessem numa encenação mal plagiada do teatro londrino por alguém no Teatro Aberto. Por lá cirandam também, vomitando deixas desconexas, Tcheky Karyo - um bastante razoável actor francês e outro franciú cujo nome agora não me ocorre mas que é famoso por falar pior inglês do que Banderas, dormir com a Kylie Minogue e ter feito a Diane Lane encornar o Richard Gere no suficiente - "Infiel", de Adrian Lyne.
A história? Não conto. Vale a pena alugar o dvd deste filme que, de tão mau, acaba por dar a volta completa e valer a pena. Sim, dou-me conta - ao escrever com tal gozo sobre ele - que devia revê-lo, bem municiado de cervejas e amigos gozões. A verdade é que abandonei a sala quando Ethan Hawke, que já tinha dormido com Jolie, regressa meses depois para esfaquear a barriga da gravemente grávida ex-amante com uma tesoura de podar. Afinal, o mau gosto tem limites - mesmo para quem, como eu, papou a "Grande Noite" toda do La Féria, quando dava na TV e a acne atacava de forma vil.
Luís Filipe Borges
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