Demolidor

O Demolidor de 2003 só não é o pior filme da Marvel (e isto incluindo o Conan, a Red Sonja e o Punisher de 1989*) porque infelizmente decidiram fazer um spin-off chamado Elektra. É tudo mau nesta história: os filmes são maus e pelo caminho arrastaram dois dos melhores heróis da Marvel para uma péssima memória junto dos fãs e uma péssima imagem junto daqueles que só então os descobriram. Tudo isto, contudo, pode estar a caminho de mudar. 

Uma vez que a história do Demolidor não é fácil (é talvez o herói mais negro da Marvel e isto é dizer muito tendo em conta a existência de Wolverine e do próprio Punisher) a Marvel Studios não optou até agora por fazer um reboot cinematográfico do herói, como tantas vezes tem feito (de novo Punisher, Homem-Aranha e em breve o Quarteto Fantástico), mas preferiu uma experiência televisiva. E com grande sucesso. O Demolidor do Netflix tornou-se nada mais nada menos do que a série preferida desse canal, que, recorde-se conta também com Breaking Bad, House of Cards ou Sherlock. Enquanto esperamos pela segunda época, temos tempo para pensar na beleza do Demolidor e de Elektra (esperada na próxima temporada), um órfão cego, advogado durante o dia e justiceiro durante a noite. Um tipo a quem, como herói, ainda assim tudo corre bastante mal e que por isso está permanentemente em crise (superando claramente o Wolverine porque este tinha um problema de memória complicado), além de já ter morrido e regressado algumas vezes. Elektra não é melhor: orfã, oscila entre vilã e heroína, morre e ressuscita. Ao longo dos anos, ambos estão no centro do furacão em todas as grandes histórias da Marvel (algo que as gerações mais novas não terão qualquer ideia a partir dos filmes que, por enquanto, ainda excluem estes dois heróis depois das experiências traumáticas do início do século). 

E dito tudo isto, não há nada de bom no Demolidor de 2003? Há. Duas coisas. Em primeiro lugar os nomes de personagens secundaríssimos. Todos eles são nomes de lendários editores da Marvel, algo que é um daqueles piscares de olhos que os fãs apreciam (John Romita Jr., Joe Quesada ou Jim Lee). E depois ter como Karen Page, o grande interesse amoroso do Demolidor (algo que o filme ignora por completo), Ellen Pompeo, num papel completamente marginal. Isso mesmo, a vossa adorada Grey da Anatomia de Grey.

Fica pois o tributo a esse segundo pior filme de sempre da Marvel, também como esperança de que o Demolidor esteja prestes a limpar a sua imagem junto daqueles que apenas o conhecem do cinema.




DM




* se pedirem muito posso explicar porquê

Comentários

Ines Cisneiros disse…
O Elektra é muita fraquinho, mas o Daredevil é um bom filme pop (se não existe o conceito, passa a existir lol). Não é uma boa adaptação da BD, creio.
Ines Cisneiros disse…
A Ellen Pompeo é o pior da Anatomia de Grey. Pessoazinha mais irritante em tudo o que entra. salvo no Moolight Mile em que o Gyllenhall consegue ser pior que ela.

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