audrey e o estendal

Domingo à noite e há um pátio alfacinha cheio para ver "Sabrina", 60 anos depois. 60. Cadeiras improvisadas chiando, vendas caseiras de cerveja e pipocas, aviões e eléctricos passando nas carreiras regulares, suficientemente rápidos e alheios para não perturbarem a sessão, senhoras debruçadas sobre as janelas de casa, habitualmente com vista para o estendal. Na tela, Audrey Hepburn recortada pela luz irreal e perfeita - arte - de Billy Wilder (É ela que domina todo o filme. Apesar de Humphrey Bogart. Apesar de William Holden. Apesar da mestria do guião. É a ela que vemos em todos os planos, mesmo quando não está). E um tipo sente que, afinal, o cinema nunca morre. Mesmo que, amanhã, possa sentir outra coisa. O cinema nunca morre.

Linus Larrabee: Oh, never resist an impulse, Sabrina. Especially if it's terrible.

AB

Comentários

Barreira Invisível Podcast