Histórias de filmes: lições de Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira fará amanhã 102 anos. Como presente de aniversário para ele e, sobretudo, presente de Natal antecipado para nós, chegam às salas versões restauradas de “Douro Faina Fluvial” e “Aniki Bóbó”. “Douro”, de 1931, foi o primeiro filme de Oliveira, uma curta documental de 20 minutos; “Aniki Bóbó”, de 1942 é a primeira longa de ficção. Entre um e outro distam 11 anos. E entre “Aniki Bóbó” e o filme seguinte, “O Pintor E A Cidade”, mais 14. “Douro” foi feito a expensas próprias; “Aniki” com a ajuda da mãe. Mal recebido pela crítica, sem sucesso comercial nem produtores que acreditassem nele, Oliveira lutou, pois, durante quase 30 anos para se afirmar como cineasta. A história encerra duas lições: uma, a de que não nasceu ontem a dificuldade em fazer cinema em Portugal; outra, a de que um verdadeiro criador não precisa de estar à espera do país para produzir.

AB

i, 2010.12.10

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