Clooney


Deixemos-nos de parvas invejas masculinas, como quando vemos as nossas mulheres e namoradas a babarem-se (não literalmente, é claro...) quando olham para George Clooney. O homem merece todo o nosso respeito e admiração. Aliás, é daqueles tipos de quem seríamos facilmente amigos, compinchas, e por muita coisa que não as óbvias vantagens que emprestaria à nossa imagem junto do sexo feminino. Clooney é um bom actor mesmo quando faz dele próprio, um realizador interessante e com futuro, como demonstrou com “Good Night, and Good Luck”, um activista político coerente e liberal, uma celebridade sem paciência para celebridades capaz de mudar de casa depois de saber que era vizinho de Britney Spears e, mais importante do que tudo, um amante de cerveja. Em suma, um gajo porreiro, que diz coisas como esta: “Nunca me candidatarei a um lugar na política porque já dormi com muitas mulheres, tomei muitas drogas e fui a demasiadas festas.” Ou, sobre a sua alegada responsabilidade no fim da relação entre Julia Roberts e Benjamin Bratt: “Não fui eu. Estava demasiado ocupado a acabar com o casamento de Tom e Nicole.”
“Michael Clayton”, o thriller de advogados que protagoniza e estreia para a semana em Portugal e pelo qual está nomeado para o Oscar de Melhor Actor, é um filme feito à medida da sua carreira mais recente. A história é excelente, é bem filmado pelo estreante Tony Gilroy – que assina também o argumento – e, para além de Clooney, conta com interpretações sem mácula de Tom Wilkinson, Sydney Pollack e Tilda Swinton. Posto isto, não sei se George Clooney gosta de futebol mas, caso assim seja, tem pelo menos uma desculpa: é americano.

Paulo Narigão Reis
(texto publicado no Meia Hora de 15 de Fevereiro de 2008)

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