está escrito nas estrelas
Sei que devia, mas não resisto a olhar as estrelinhas no cartaz dos jornais. O método é redutor, mas tem a leitura de um título ou de um cartoon (uma tragédia para a prosa: todos olhamos, sobretudo, desenhos e gordas).
Mas, no caso do Público, desde a mudança gráfica há mais de ano, não compreendo, inteiramente, o código. Dantes, a tabela cruzava três críticos e meia dúzia de filmes. A bolinha premiava os péssimos e as estrelas subiam até cinco de acordo com a excelência. Quando não se assistira à fita, assinalava-se com um higiénico traço.
Hoje, não. A tabela cresceu para quatro críticos, dez filmes e foram-se os tracinhos abstencionistas. A confusão instalou-se.
Vejamos as edições da semana passada: Jorge Mourinha dá estrelas a todos os filmes, Vasco Câmara a quatro e Luís M. Oliveira distingue cinco com estrelas e um com bolinha. Mário Jorge Torres opta por ofertar a todos estrelas em branco.
Que significa isto? Que Torres odiou todos os filmes, do lamentável O Acontecimento ao excelente O Segredo De Um Cuscuz?
Em qualquer caso, resulta absurdo. Ou Torres odeia tudo, não distingue o péssimo do óptimo e, logo, não serve o leitor (a sua crítica de cinema diz-nos, basicamente, para não irmos ao cinema) ou deixou, por alguma razão, de ver filmes e, como tal, deveria ser substituído pelo Público ou, pelo menos, retirado da tabela.
De resto, o quadro serve de pouco. Dez filmes vezes quatro críticos deveriam resultar na boa amostra de 40 opiniões. Mas só lá estão expressas as dez de Mourinha, seis de Oliveira e quatro de Câmara, isto é, 20, ou seja, metade. Os mínimos olímpicos, que isto de ver filmes é uma canseira.
No fundo, a moral é esta: no Público, há um critico de cinema para ler e dois que, de vez em quando, aparecem. Não é grande novidade.
AB
[Publicado no Meia Hora de sexta-feira, 18.07.08]
Mas, no caso do Público, desde a mudança gráfica há mais de ano, não compreendo, inteiramente, o código. Dantes, a tabela cruzava três críticos e meia dúzia de filmes. A bolinha premiava os péssimos e as estrelas subiam até cinco de acordo com a excelência. Quando não se assistira à fita, assinalava-se com um higiénico traço.
Hoje, não. A tabela cresceu para quatro críticos, dez filmes e foram-se os tracinhos abstencionistas. A confusão instalou-se.
Vejamos as edições da semana passada: Jorge Mourinha dá estrelas a todos os filmes, Vasco Câmara a quatro e Luís M. Oliveira distingue cinco com estrelas e um com bolinha. Mário Jorge Torres opta por ofertar a todos estrelas em branco.
Que significa isto? Que Torres odiou todos os filmes, do lamentável O Acontecimento ao excelente O Segredo De Um Cuscuz?
Em qualquer caso, resulta absurdo. Ou Torres odeia tudo, não distingue o péssimo do óptimo e, logo, não serve o leitor (a sua crítica de cinema diz-nos, basicamente, para não irmos ao cinema) ou deixou, por alguma razão, de ver filmes e, como tal, deveria ser substituído pelo Público ou, pelo menos, retirado da tabela.
De resto, o quadro serve de pouco. Dez filmes vezes quatro críticos deveriam resultar na boa amostra de 40 opiniões. Mas só lá estão expressas as dez de Mourinha, seis de Oliveira e quatro de Câmara, isto é, 20, ou seja, metade. Os mínimos olímpicos, que isto de ver filmes é uma canseira.
No fundo, a moral é esta: no Público, há um critico de cinema para ler e dois que, de vez em quando, aparecem. Não é grande novidade.
AB
[Publicado no Meia Hora de sexta-feira, 18.07.08]
Comentários
já houve tempo de fazer exercícios semelhantes, com resultados em tudo idênticos.
à parte isso, não tenho discos dos Blondie. Mas juro que gosto de ouvir. ;) Bjs